sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Stan Helsing


Por alguma deformação cultural sempre gostei de assistir filmes besteirol. Digo isso sem vergonha alguma. Sei que o filme é um canalha total, não presta para nada, mas não consigo evitar. Basta descobrir que fizeram uma paródia idiota qualquer que fico curioso para ver.

Apesar de ter um foco central, este por exemplo é sobre filmes de terror, o besteirol vai se apoiar nas piadas visuais de gosto duvidoso, mulheres exibindo os peitos e uma boa dose de escatologia. O povo da psicologia que dê uma explicação para este comportamento...

Enfim, claro que já dá para advinhar a bosta que é o filme apenas de olhar o cartaz ao lado. Infelizmente esta curiosidade besteiroica me impede de ignorar, fato que recomendo fortemente. Stan Helsing é uma perda de tempo sem tamanho. É o pior besteirol que já vi. E isso é algo muito difícil ser alcançado. Besteirol já é ruim, por definição. Mas este é se superou. Sério mesmo, não lembro de ter visto outra paródia tão fraca. Não consegui rir em nenhuma piada. Não teve nem sorriso amarelo. Nem o Leslie Nielsen conseguiu salvar uma ceninha...Putz é ruim demais mesmo. Só para ter idéia tá com nota 3.7 no imdb e 2.9 no Rotten Tomatoes. Vade retro!



Ficha Técnica
Título no Brasil: Stan Helsing
Título original: Stan Helsing
Direção: Bo Zenga
Roteiro: Bo Zenga
Gênero: Comédia (?!)
Origem: EUA
Duração: 108min


Elenco
Steve Howey ... Stan Helsing
Diora Baird ... Nadine
Kenan Thompson ... Teddy
Desi Lydic ... Mia
Leslie Nielsen ... Kay

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Ônibus 174


O último filme que postei aqui era pretensamente de terror, mas horror de verdade é este Onibus 174. É um documentário forte que toca numa questão muito sensível para os cariocas (e o Brasil de um modo geral): a crescente violência e a falta de preparo policial. Com certeza os moradores desta cidade maravilhosa ainda tem este incidente muito vivo na memória. Em 12 de junho de 2000, Sandro do Nascimento sequestrou o ônibus 174 na rua Jardim Botânico em frente ao Parque Lage e manteve dez reféns por cerca de cinco horas.

A situação por si só já é tensa o suficiente, afinal este não é um tipo comum de crime que costume acontecer por aqui. Não estou negando a alta taxa de criminalidade do Rio, apenas a modalidade. Sandro estava visivelmente drogado e falava sem parar, com um discurso disconexo, fazia os passageiros escreverem com batom no vidro do onibus frases como "ele vai matar geral as 6h" ou "ele tem pacto com o diabo". A mídia cercou o lugar e televisionava ao vivo a loucura de Sandro para o país inteiro, fazendo com que ele se tornasse protagonista de um filme da realidade que ninguém quer ver.

O documentário de José Padilha, estreando na direção, é uma porrada. Estilhaça qualquer leitura maniqueísta que se queira fazer o episódio e da situação de violência da cidade. Ninguém é culpado da situação e todos são culpados da situação.

Culpa da polícia? Mas como manter a segurança da sociedade, se não recebem treinamento adequado e não tem motivação nem financeira nem psicológica para cumprir seu papel?

Culpa da bandidagem? Mas porque estas pessoas ingressam no crime para começar? Como manter uma estrutura familiar sólida se as favelas são controladas pela mão pesada do tráfico? Que oportunidade de emprego tem o indíviduo com pouco acesso a cultura e educação? E quando presos o que é feito para reparar e devolve-los a sociedade de forma produtiva?

Culpa da sociedade? Que não enxerga o problema social com que convive diariamente a cada vez que ouve um pedinte na rua ou que ignora um menino de rua? Que paga seus impostos em dia e espera ao menos poder contar com segurança policial e ações do governo?

É um filme totalmente aberto ao debate. A história de Sandro contada no filme é dura. Viu a mãe ser degolada pelo tráfico aos seis anos de idade, um episódio que marcou sua vida. Seu pai, ninguém sabe ninguém viu. Foi criado ao léu, sobreviveu como pode. Jogado nas ruas, virou ele próprio um menino de rua e teve sua escola ali. Aprendeu a pedir, roubar e se drogar com seus pares. Não havia quem tomasse conta dele. Entrou e saiu de centros de detenção, e só aprendeu que não podia voltar para lá, pois de lá nada se aprende. Seria apenas torturado e tendo sua dignidade/humanidade cada vez mais dilacerada. Teve sorte de escapar do Massacre da Candelária. Mas não dá para se solidarizar com Sandro, ele era um bandido certo?



O filme é inteligente o bastante para contrapor a voz de um outro bandido, amigo(?) de Sandro, no meio do debate.  E são frases assustadoras, dá para perceber que esta bandidagem não tem o menor apego a vida. Nem as suas, nem a dos outros. A naturalidade e a quase felicidade que o bandido conta assalta e ateia fogo nas pessoas sem o menor remorso ou qualquer sinal de piedade é brutal. Saber que existem pessoas assim vivendo na mesma cidade que eu me deixa muito mal, triste, com medo e totalmente inseguro.


O final de Sandro não tinha como ser outro. E esta é a pior parte da história. A polícia matou Sandro por sufocamento dentro do camburão, logo após o término do sequestro. E nem adianta levantar a bandeira de que a contra a polícia agiu porque a população em volta que invadiu o cerco, ia linchar o Sandro até morte se ele não fosse removido de lá.

Lembra do depoimento do amigo encapuzado do Sandro? Você não prefere que ele suma também? O problema é que a morte de Sandro ou do amigo encapuzado não resolve o problema. A luta diária da polícia contra o tráfico também não resolve. É preciso participação governamental e cobrança da sociedade. Tem que promover a inclusão social, aumentar a qualidade de vida e a renda familiar. Não é um trabalho fácil e nem rápido. Eu sempre tive a certeza de que é preciso investir em educação e saúde, se não estaremos fadados a ver outros Sandros por aí.


Ficha Técnica
Título no Brasil: Ônibus 174
Título original: Ônibus 174
Direção: José Padilha
Gênero: Documentário
Origem: Brasil
Duração: 120min


Elenco
Sandro do Nascimento
Capitão Batista
Luanna Belmonn
Maria Aparecida
Claudete Beltrana
Luciana Carvalho
Coelho
Dona Elza
Luiz Eduardo Soares

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Atividade Paranormal (Paranormal Activity)


Gosto muito de filmes que fujam do padrão estético do cinema convencional. As vezes, só o fato de ter um visual diferente já basta pra chamar atenção para si, afinal quem disse que há uma cartilha de como deve ser um filme? Ou de que elementos devem estar presentes? Cinema é plural e não deve depender de nenhum tipo de suporte/câmera/mídia específica para ser (ou não) considerado como tal.

Claro que numa época tão marketeada quanto a nossa, ser esteticamente diferente pode ser apenas um meio de pré-pensado para atingir um nicho de mercado específico, no caso em quesão uma massa adolescente que curte tomar uns sustos no escurinho da sala de cinema. Até aí nenhum problema. Bruxa de Blair soube fazer isso muito bem e teve uma arrecadação mundial de USD 250milhões. Nada mal para um filme que custou cerca de USD100mil. Sim, é possível fazer filmes interessantes com orçamentos baixos. Basta ter uma boa idéia e saber contar direito a história.

Deixando a película supertrabalhada de lado, Atividade Paranormal aposta no uso de camera de vídeos (como em Cloverfield e o recente Distrito 9) para fazer a platéia se assustar com a estória do casal de recém-casados que se veem dividindo o mesmo teto com uma entidade maligna. O marido resolve filmar tudo para tentar entender como acontecem e o porque das tais atividades paranormais. Claro que isto é apenas o arremedo de roteiro para justificar o uso de câmera de vídeo o tempo todo. Ficamos apenas vendo o que foi registrado pelo casal, toda interação do filme é mediada pelo casal que grava todos os momentos da vida - um pouco surreal de acreditar, mas enfim tá no script. Os diálogos nem sempre convencem, e a atuação não é muito crível, mas o filme tem um ou dois momentos interessantes. Agora "ser o filme mais aterrorizante do ano" é um pouco demais.

Para mim o mais interessante deste filme é que com apenas USD11mil  os criadores conseguiram fazer um filme que está liderando as bilheterias nos EUA. É um empurrãozinho ao estilo faça-você-mesmo. Afinal o filme tem apenas uma locação, quatro atores e uma edição sonora para fazer criar o suspense. Ou seja nada que um cineasta amador não pudesse fazer. Atividade Paranormal é mais interessante pelas condições do que  pelo filme em si, mas atenção eu disse interessante. Não é um filmaço inesquecível nem nada, e duvido que tenha o mesmo impacto que Bruxa de Blair teve, mas mesmo assim é bom ver inovações a mesmice do terror produzido em hollywood.


Ficha Técnica
Título no Brasil: Atividade Paranormal
Título original: Paranormal Activity
Direção: Oren Peli
Roteiro: Oren Peli
Gênero: Terror
Origem: EUA
Duração: 01h 26min


Elenco
Katie Featherson ... Katie
Micah Sloat ... Micah
Mark Frederichs .... The Psychic

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Up - Altas Aventuras (Up)


Adoro os filmes de animação da Pixar. Desde que eles lançaram Toy Story, há quinze anos, eu sempre corro para ver os novos lançamentos deles. É difícil não me contagiar pelas histórias mirabolantes e o visual que cada vez fica mais incrível. De todos os títulos da Pixar, o único que não gostei muito foi "Wall-e", tá mais pra médio do que para diversão absoluta (como o resto do catálogo da Pixar).

Up conta a estória do Sr .Fredricksen, que havia prometido viajar com a sua esposa até as cataratas do paraíso (imagino que a versão real delas sejam as cataratas Salto Angel na Venezuela). Com o falecimento da esposa, ele resolve cumprir a promessa sozinho mesmo, já que não há mais nada que o prenda a sua cidade. Sua vizinhança é um canteiro de obras, que está doido para ele que mude de lá mesmo. E assim começa a aventura de Fredricksen em direção a Venezuela. Claro que boa parte da graça das animações da Pixar vem junto com os personagens secundários que aparecem na trama. No caso de Up, quem vem auxiliar o já cansado Sr Fredricksen é o escoteiro-mirim Russell e pelo caminho ainda irão encontrar o cão-falante Dug. O roteiro é uma delicía, leve e divertido, daqueles que consegue agradar qualquer idade. Eu sou fã. Só de escrever e relembrar já me dá vontade de assistir o filme de novo. E é impressionante perceber como a qualidade da animação deles surpreende a cada novo lançamento. Experimente assistir com qualidade de Blu-ray e vocês irão entender do que estou falando.



Ficha Técnica
Título no Brasil:  Up - Altas Aventuras
Título original:Up
Direção: Pete Docter
Roteiro:Bob Peterson
Gênero: Animação computadorizada
Origem: EUA
Duração: 01h 36min


Elenco (Vozes)

Edward Asner ... Carl Fredricksen
Christopher Plummer ... Charles Muntz
Jordan Nagai ... Russell
Bob Peterson ... Dug / Alpha
Delroy Lindo ... Beta
Jerome Ranft ... Gamma
John Ratzenberger ... Tom
Mickie McGowan ... Policial Edith
Danny Mann ... Steve
Donald Fullilove ... Enfermeiro George

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Inimigos Públicos (Public Enemies)


Normalmente, a maior parte de  minha da motivação de assistir um filme vem do meu interesse em relaçao a quem está por trás das câmeras. Acompanho o trabalho de vários diretores e fico curioso a cada lançamento. Claro que as vezes vejo filmes em função de um ator/atriz, por conta da história interessante ou indicações de amigos, mas o que realmente me motiva a buscar e assistir filmes é a direção.

Michael Mann é um deste diretores que costumo acompanhar de perto a sua filmografia. Desde que assisti a O Informante fiquei interessado em seus filmes, muito embora já tivesse visto e gostado muito de O último dos moicanos sem saber que era dele na época. Ele tem um estilo peculiar de dirigir com câmeras na mão e com muitos close-ups que seguem de perto toda a ação do filme. Tem uma mão segura para manter e elevar o suspense e ação de seus filmes.

Inimigos Públicos além de ter a assinatura do Mann, conta ainda com a presença inconfundível do Johnny Depp, que por si só muitas vezes já vale o "ingresso". Logo não tive dúvidas em apertar o play e começar o filme.

A história narrada é do assaltante de bancos John Dillinger, figura famosa e folclória nos EUA. Era uma espécie de Robin Hood moderno, ou quase, afinal ele assassinou diversas pessoas, ao menos durante o filme. E filme aonde o protagonista é bandido normalmente tem um final previsivel - cadeia ou morte. E Inimigos Públicos não é diferente nisso, mesmo porque é baseado numa história real e um rápido google vai lhe mostrar o fim de Dillinger.

Agora apesar de todos estes predicados e indicações, não gostei do filme. O Dillinger de Depp é um personagem carismático, muito inclusive por conta da atuação dele, mas a história as vezes é comprimida/suprimida e então fica difícil perceber a real motivação do ladrão. Porque ele gosta tanto de aparecer na midia? Ele realmente se importa com seus amigos do bando? O romance de Depp com a personagem de Marion Cottillard também é apresentado de forma apressada, fica difícil crer que os dois cairam de amores assim tão facilmente. E por fim, a longa duração do filme, outra marca do Michael Mann, perde um pouco o sentido num filme que tem pouco a dizer.


Ficha Técnica
Título no Brasil: Inimigos Públicos
Título Original: Public Enemies
Direção: Michael Mann
Roteiro: Ronan Bennett e Michael Mann
Gênero: Thriller / Ação / Biografia
Origem: EUA
Duração: 143min

Elenco:
Johnny Depp ... John Dillinger
Christian Bale ... Melvin Purvis
Marion Cotillard ... Billie Frechette
Billy Crudup ... J. Edgar Hoover
Stephen Dorff ... Homer Van Meter
Jason Clarke ... John 'Red' Hamilton
David Wenham ... Harry 'Pete' Pierpont
Stephen Graham ... Baby Face Nelson
Leelee Sobieski ... Polly Hamilton
Channing Tatum ... Pretty Boy Floyd

domingo, 18 de outubro de 2009

Tudo pode dar certo (Whatever Works)



Woody Allen é um típico caso ame ou odeie. Dificilmente quem gosta de um não irá gostar dos outros, mesmo que tenha seus preferidos. Minha mãe, por exemplo, não suporta os filmes dele. Eu já faço parte da outra metade que espera ansiosamente seu filme a cada ano.

Há sempre a expectativa de que surja um outro clássico woodyalleniano. Pois bem, depois de fazer dois dramas, uma comédia e um romance, em Whatever Works mr. Allen volta a realizar aqueles filmes sarcásticos cheios de comentários diretamente jogados para a platéia, como em Annie Hall e Manhatan.

Allen não atua, mas escala Larry David para assumir o protagonista Woody Allen, ops, Boris Yellnikoff um gênio da física quântica indicado ao prêmio nobel que divide seu tempo entre conversa com amigos intelectuais e aulas de xadrez para crianças, que são tratadas como idiotas e chamadas de burra por ele o tempo todo. Boris é um anti-bonvivant. Reclama de tudo da vida e por conta de sua alta inteligência, acha-se no direito de julgar de ridicularizar toda a população que o cerca. Ele mesmo anuncia no começo do filme falando diretamente com a camera: "Para que você quer ouvir a minha estória? Nos conhecemos? Gostamos uns dos outros? Vou te dizer logo de cara: Eu não sou um cara simpático". Mesmo voltando aos artifícios de seus filmes anteriores, Allen ainda arruma espaço para brincar com o clichê de falar com a camera que ele mesmo ajudou a disseminar. Os demais personagens do filme acham que o protagonista está maluco ao falar diretamente com a camera."Porque aquele senhor está falando sozinho?" pergunta um garotinho ao ver Boris discursando para os espectadores.

O mais gostei de Whatever Works foi o fato de Allen revisitar seu próprio cinema. Não consigo pensar neste filme sem lembrar automaticamente de Annie Hall e Manhatann. Ainda que este novo não tenha a mesma força e relevância que os clássicos allenianos. O filme é interessante, o personagem tão querido Woody Allen está lá e dá pra dar risada de seus comentários irônicos a respeito do mundo e da sociedade americana. Afinal desde Melinda & Melinda (2004), ele não rodava filmes centrados em NY, então dá gosto voltar a rir com Allen debochando do próprio país.

Então, assista sem grandes expectativas e com certeza irá se divertir, afinal tudo pode dar certo.

Ficha Técnica
Título no Brasil: Tudo pode dar Certo
Título Original: Whatever Works
Direção: Woody Allen
Roteiro: Woody Allen
Gênero: Comédia
Origem: EUA
Duração: 90min

Elenco:
Larry David ... Boris Yellnikoff
Evan Rachel Wood ... Melodie St. Ann Celestine
Ed Begley Jr. ... John
Henry Cavill ... Randy James
Patricia Clarkson ... Marietta
Willa Cuthrell-Tuttleman ... Enid
John Gallagher Jr. ... Perry
Jessica Hecht ... Helena
Lyle Kanouse ... Ed
Oleg Krupa ... Morgenstern
Carolyn McCormick ... Jessica
Michael McKean ... Joe
Christopher Evan Welch ... Howard

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Deixa Ela Entrar (Låt den rätte komma in / Let the Right One In)



Não lembro se já vi um filme sueco anteriormente...é até possível, mas não lembro. Este filme surgiu meio que por acaso, normalmente eu navego por alguns blogs que facilitam o trabalho de caçar filmes na web. Estes sites postam diariamente diversos torrents, com a respectiva legenda, de filmes que vão desde lançamentos inéditos nas salas de cinema, a clássicos da sessão da tarde, cults e uma ou outra coisa obscura.

Na época que li a sinopse, nem me empolguei tanto com o filme, mas após um amigo escrever umas mini-linhas no twitter fiquei curioso e resolvi assistir.

A história poderia ser resumida em uma linha:
Criança de 12 anos descobre que sua vizinha é vampira e faz amizade com ela.

Simples assim. Mas claro que esta linha não dá conta do filme. Quando o filme acabou, fiquei com uma tristeza dentro de mim. A personagem vampira é um ser fadado a tristeza. Ela não pode/consegue ter amigos. Precisa matar para sobreviver. Ou morre. Apesar de obviamente ansiar por um relacionamento (amoroso, fraterno, ou qualquer natureza), sabe que deve evitar ao máximo o contato com as pessoas. O filme conta justamente a interação ou conexão que ela irá criar com seu vizinho, o menino Oskar que é tímido e vive sendo perseguido pelos valentões da sua escola. O fato dele ser sensível e aceitar a amizade dela sem muitas perguntas, facilita a aproximação dos dois. Mas como já alertei anteriormente, não há saída possível para a vampira. Ela está fadada a ficar sozinha para sempre, ainda que se envolva (ou melhor, se engane) temporariamente com alguém. Por isso mesmo o filme é triste. Ainda que termine temporariamente bem, sabe-se que não é para sempre.

Isso leva a uma questão filosófica que é o que dura para sempre? É melhor ser feliz por um dia do que triste a vida inteira? Talvez uma visão mais otimista/amorosa do mundo permita que se sinta felicidade no final do filme, mas eu fiquei realmente triste pela vampira.


Ficha Técnica
Título no Brasil: Deixa Ela Entrar
Título Original: Låt den rätte komma in / Let the Right One In

Direção: Tomas Alfredson
Roteiro: John Ajvide Lindqvist
Gênero: Terror
Origem: Suécia
Tempo de Duração: 110 minutos

Elenco
Kåre Hedebrant ... Oskar
Lina Leandersson ... Eli
Per Ragnar ... Håkan
Henrik Dahl ... Erik
Karin Bergquist ... Yvonne
Peter Carlberg ... Lacke
Ika Nord ... Virginia
Mikael Rahm ... Jocke
Karl-Robert Lindgren ... Gösta
Anders T. Peedu ... Morgan
Pale Olofsson ... Larry
Cayetano Ruiz ... Magister Avila
Patrik Rydmark ... Conny
Johan Sömnes ... Andreas

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Carruagens de Fogo



Hoje resolvi tirar um atraso cinematográfico e assisti Carruagens de Fogo. Sinceramente eu não tinha muita info sobre o filme. Tudo que sabia era:
- Ganhou 4 Oscar, incluindo de melhor filme em 1981
- Era sobre corrida (atletistmo)
- tem uma das trilhas sonoras mais conhecidas da história.

E com isso em mente apertei o play. Vamos a sinopse: o filme mostra o treinamento da equipe de atletismo do Reino Unido para os Jogos Olímpicos de 1924 em Paris. Centrado basicamente em dois corredores: um inglês-judeu que quer vencer o preconceito anti-semita e um escocês católico que fica dividido entre as obrigações com o Senhor e a vida esportiva. O filme é ligeiramente adaptado de fatos reais.

Tem filme que envelhece bem. Dez, vinte ou quarenta anos depois ainda continuam uma jóia da sétima arte. Não é o caso de Carruagens. Os conflitos dos personagens as vezes são muito didáticos e com pouca força dramática. Mas a idade é bem visível quando olhamos para a direção/edição do filme. Chega a ser engraçado perceber como os filmes são realmente fruto do seu tempo. Pode reparar, filmes de uma mesma época tendem a ter um perfil semelhante nas atuações e na edição. Os planos abertos não reforçam muito o esforço e a batalha por que cada corredor passa. Com certeza se fosse gravado hoje, teríamos bem mais close-ups e uma música mais impactante. A famosa trilha sonora até abre e fecha bem o filme, mas os demais temas do Vangelis são chatinhos e monótonos. Paciência zero pra ele...Assim no fim das contas, o filme é bem mais ou menos.


Ficha Técnica:
Carruagens de Fogo
(Chariots of Fire, 1981)

Direção: Hugh Hudson
Roteiro: Colin Welland
Gênero: Drama
Origem: Reino Unido
Duração: 123 minutos

Elenco:
Ben Cross .... Harold Abrahams
Ian Charleson .... Eric Liddell
Ian Holm .... Sam Mussabini
Alice Krige .... Sybil Gordon
Nicholas Farrell .... Aubrey Montague
Cheryl Campbell .... Jennie Liddell
John Gielgud .... Master de Trinity
Lindsay Anderson .... Master de Caius
Nigel Havers .... Lord Andrew Lindsay
Daniel Gerroll .... Henry Stallard
Nigel Davenport .... Lord Birkenhead
Brad Davis .... Jackson Scholz

Estréias, reprises e descobertas

Em algum momento da vida encuquei que seria crítico de cinema. Iria ganhar a vida assistindo filmes e dando minha opinião. A idéia que grudou tão forte na minha cabeça que motivou inclusive a minha decisão de fazer jornalismo. Enfrentei um vestibular concorrido pra UFRJ e entrei todo crente que sairia de lá quatro anos depois pra escrever em algum grande jornal ou revista. Naquela época ainda me preocupava em ir ao cinema, lia tudo que podia sobre o assunto, debatia com os colegas de turma, até trabalhei numa produtora de cinema. Mas o tempo foi passando e essa história de virar crítico de cinema, levar o jornalismo mais a sério perdeu força e acabei mudando um pouco de  área. O fascínio pelo cinema ainda existia, mas o hábito de sair de casa para se enfiar numa sala escura perdeu força. A era dos torrents chegou, juntando isso com um bom sofá e uma tv 42'' acabei vendo as estréias todas na minha sala mesmo.


A idéia deste blog é um note-to-self mesmo. Daqui pra frente vou assistir filmes e escrever umas linhas ainda que breves acerca do que achei, das reflexões que surgirem e, porque não, um pouco de crítica.