domingo, 25 de abril de 2010

The Invention of Lying

 Como seria a vida se todos sempre falassem a verdade, doa a quem doer? A partir deste argumento é que se desenvolve a história deste The Invention of Lying. No filme, as pessoas todas estão numa sociedade onde a mentira simplesmente não existe. Ninguém sabe mentir. Ou pelo menos ninguém sabia mentir, pois a desenrolar dessa aventura justamente quando uma pessoa se descobre capaz de dizer algo que não é verdade. Porém num mundo aonde só se fala  a verdade, mentir pode trazer consequências muito sérias.

O filme foi escrito e dirigido pelo Rick Gervais, que é um dos criadores do seriado The Office (a versão inglesa) e que honestamente era um famoso who-the-hell pra mim até este filme, mas ele tem uma credibilidade por ter criado a série que fez/faz muito sucesso lá fora e inclusive ganhou uma versão americana estrelada pelo Steve Carell. Sua estréia na direção de um longa é meia-boca, mas o roteiro também não ajuda muito. Apesar de ser um ótimo argumento pra montar uma história, as situações e os diálogos poderiam ser melhor explorados. Muita coisa boa do filme acaba passando despercebida porque fica como pano de fundo e a péssima atuação da Jennifer Garner não colabora pro andamento do conflito principal do filme. No fim das contas as melhores partes do filme são fruto dos personagens secundários em participações especialíssimas de Edward Norton, Tina Fey, Philip Seymour Hoffman, Jonan Hill e Rob Lowe que tá num ótimo papel coadjuvante.




Ficha Técnica:
Título Original: The Invention of Lying
Título no Brasil: ???
Direção: Rick Gervais
Roteiro: Rick Gervais & Matthew Robbinson
Gênero: Comédia 
Duração: 99min

Elenco:
Ricky Gervais ... Mark Bellison
Jennifer Garner ... Anna McDoogles
Jonah Hill ... Frank
Louis C.K. ... Greg
Jeffrey Tambor ... Anthony
Fionnula Flanagan ... Martha Bellison
Rob Lowe ... Brad Kessler
Tina Fey ... Shelley

sábado, 24 de abril de 2010

Slacker Uprising

Não é nenhuma novidade dizer que o Michael Moore é contrário ao governo Bush. Agora não fazia idéia de campanha que ele empreendeu para impedir a reeleição de Bush em 2004. Durante os dois meses que antecederam a eleição, Moore percorreu 20 estados norte-americanos fazendo comícios e palestras no intuito principalmente de ganhar o eleitorado slacker, que seriam os "fracos", num sentido amplo da palavra. Desde os "fracos" pobres que passam dificuldades econômicas, sem apoio médico, com dívidas no banco, quanto os "fracos" do ponto de vista social como são os jovens que se sentem sem representação e desmotivados a se engajar na política. Utilizando este gancho poderoso, Moore tenta alertar a população presente nos seus comícios sobre a importância do voto e da necessidade de impedir a reeleição de Bush.

Foram comícios para 2mil, 4mil e até 10mil pessoas. É  impressionante a força de mobilização que ele conseguiu. Até me pergunto se ele mesmo não deveria se lançar a presidência, afinal mesmo discordando um pouco da sua postura dá para ver que ele é um cidadão que não fica acomodado com a situação política de seu país.

Como documentário, este filme dele é basicamente um registro desta maratona palanqueira. Não há muita diferença entre o comício de Talahasse e o de Seattle, a edição preguiçosa também não ajuda muito e como de antemão já sabemos o resultado, que Bush se reelegeria, fica a pergunta, qual o ponto de fazer este filme?

Ficha Técnica:
Título Original: Slacker Uprising
Título no Brasil: ???
Direção: Michael Moore
Roteiro: Michael Moore
Gênero: Documentário
Origem: EUA
Duração: 102min


Elenco:
Michael Moore ... Himself
Eddie Vedder ... Himself
Robert Ellis Orrall ... Himself
Steve Earle ... Himself
Celeste Zappala ... Herself

terça-feira, 20 de abril de 2010

Lula, o filho do Brasil

Uma pena que este filme do Lula tenha sido ignorado nos cinemas e atacado como uma peça publicidade político-partidária. Se ao menos tivessem se dado ao trabalho de assistir, comprovariam que não é nada disso. É sim uma cinebiografia com uma história muito forte e muito boa. E o melhor consegue fazer isso sem transformar o filme numa apologia ao Lula (a figura do presidente) ou ao PT.

Claro que ao se produzir um filme sobre uma pessoa tão em voga como o (atual) presidente do Brasil é mexer no imaginário coletivo. Os favoráreis a figura e ao partido, de antemão, já tenderão a se solidarizar e gostar do filme, bem como quem é contra o Lula e o PT já faz nariz torcido antes mesmo de saber do que se trata. Natural, a política tem este efeito nas pessoas. Porém, se você conseguir ultrapassar esta primeira barreira vai encontrar uma história triste, forte  e muito particular deste brasileiro que como tantos outros é oriundo de uma família nordestina pobre e numerosa que se muda para São Paulo durante a década de 50 para tentar uma vida mais digna. 

A trajetória de vida do Lula é muito sensacional. Não há como negar. Trabalhando desde criança, com um pai alcoólatra que não queria lhe dar educação, o menino pobre vai estudar escondido com ao apoio da mãe e depois de perseverar muito consegue um título de torneiro mecânico e um emprego. A vida começa a dar sinais de melhoria, quando um acidente lhe tira um dedo. Não muito a frente, ele perde a esposa numa complicação da gravidez que gera um filho natimorto. A mãe lhe diz "teima, meu filho, teima" não deixe sua vida acabar, persevere. E assim ele o faz. Aos poucos começa a se envolver com o sindicato dos metalúrgicos do ABC e daí evolui para a carreira política e a projeção nacional que tem hoje. 

O filme em si não é incrivel, mas a história é tão maior que a obra que não dá deixar de ver. E o melhor disso tudo é que não cai naquela baboseira partidária. É uma cinebiografia de um brasileiro que tem uma trajetória ímpar na história deste país.



Ficha Técnica:
Título Original: Lula, o filho do Brasil
Direção: Fábio Barreto
Roteiro: Fernando Bonassi e Denise Paraná
Gênero: Drama
Origem: Brasil
Duração: 130min


Elenco:
Rui Ricardo Dias ... Luis Inacio Lula da Silva
Glória Pires ... Dona Lindu
Juliana Baroni ... Marisa Leticia
Cléo Pires ... Lurdes
Lucélia Santos ... Professora

domingo, 18 de abril de 2010

Planes, Trains and automobiles (Antes Só que Mal Acompanhado)


Eu cresci assistindo aos filmes do John Hughes na sessão da tarde. Era uma programação que se repetia a cada férias de meio e fim de ano. Gatinhas e Gatões, Clube dos Cinco, Curtindo a Vida Adoidado, Mulher Nota Mil, A Garota Rosa Shocking e vários outros. Por isso resolvi rever este Antes Só que Mal Acompanhado, muito mais por relembrar este momento de infância do que qualquer outra coisa. Lembro que apenas de saber que o John Candy estava no filme já me dava vontade de assistir pois sabia que iria rir a beça (um parêntesis - momento fui pego pelo tempo: o John Candy morreu em 1994! Cacete...eu jurava que tinha sido esta década. Meu deus, passa muito rápido. Ok voltando a programação normal, fecha parêntesis). E este filme além de John Candy, tem ainda o Steve Martin, o que também era uma certeza de riso num filme quando eu era criança.

Engraçado que agora revendo Antes Só... já não achei o filme tão legal assim quanto eu me lembrava. Achei a direção fraca, a história não foi tão bem desenvolvida e os diálogos são muito longos, os personagens superficiais, a edição também é bem óbvia, mas é claro também que mudei eu com o passar dos anos, o cinema de hollywood também mudou e com isso seus gostos vão se transformando. Ainda assim foi interessante rever um clássico da infância e lembrar quantas vezes já vi este filme antes, literalmente, no sofá da sala, após a aula e comendo um fandangos ou um monstrinho creck.

Ficha Técnica:
Título Original: Planes, Trains and Automobiles
Título no Brasil: Antes Só que Mal Acompanhado
Direção: John Hughes
Roteiro: John Hughes
Gênero: Comédia
Origem: EUA
Duração: 93min

Elenco:
Steve Martin ... Neal Page
John Candy ... Del Griffith
Laila Robins ... Susan Page
Michael McKean ... State Trooper
Kevin Bacon ... Taxi Racer
Dylan Baker ... Owen

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Crazy Heart (Coração Louco)

Justiça seja feita, o Jeff Bridges está sensacional no papel de Bad Blake, um cantor de country pra lá de decadente. Merecidamente levou o Oscar, que algum tempo lhe era negado.

Agora o filme podia ser melhor né? Arrisco até dizer que se não fosse pelo Bridges, seria um daqueles filmes que a gente nem percebe que existe. A história é boa, mas o roteiro é fraco. Então sobra mesmo a atuação e a boa música que acompanha o astro decadente.

Confesso que esperava bem mais do filme, e infelizmente a expectativa prévia não costuma ser uma boa aliada quando termina a projeção. Mas apesar de mediano, é um filme que não estraga o dia de ninguém.


Ficha Técnica:
Título Original: Crazy Heart
Título no Brasil: Coração Louco
Direção: Scott Cooper
Roteiro: Scott Cooper
Gênero: Drama
Origem: Eua
Duração: 112min


Elenco:
Jeff Bridges ... Bad Blake
James Keane ... Manager
Anna Felix ... Barmaid
Paul Herman ... Jack Greene
Tom Bower ... Bill Wilson
Ryan Bingham ... Tony

The Holiday (O Amor não tira férias)

Você já viu este filme antes, com duplo sentido, por favor. Você já viu este filme: logo no início as protagonistas tem uma desilusão amorosa e juram que nunca mais vão entrar em outro relacionamento. Você já viu este filme: péssimo história, direção idem, mas com um elenco que garante a bilheteria. Resultado bomba certa!

É até difícil salvar alguma coisa neste filme. Tem dancinhas fora de hora que causam vergonha alheia e atuações mais equivocadas que o Eliezer do BBB10. Nem o Jack Black consegue fazer a gente rir no filme...Sério, tem algo de muito errado nisso tudo. Passe longe, por favor!


Ficha Técnica:
Título Original: The Holiday
Título no Brasil: O Amor não tira férias
Direção: Nancy Meyers
Roteiro: Nancy Meyeres
Gênero: Comédia Romântica
Origem: EUA
Duração: 138min

Elenco:
Cameron Diaz ... Amanda
Kate Winslet ... Iris
Jude Law ... Graham
Jack Black ... Miles
Eli Wallach ... Arthur
Edward Burns ... Ethan
Rufus Sewell ... Jasper




sábado, 10 de abril de 2010

Capitalism: A Love Story (Capitalismo: Uma História de Amor)


O Michael Moore teve um início de carreira muito interessante ao dirigir o Roger & Me, sobre os efeitos da fábrica da GM na sua cidade natal Flint em Michigan. Até hoje isto ainda marca suas obras. Anos depois, ele iria dirigir a sua melhor obra até hoje: Tiros em Columbine, que inclusive lhe deu um Oscar de melhor documentário. O problema é que a partir daí o ego dele engordou ainda mais. Pro bem e pro mal.

O lado "bem" é que é positivo, e até benéfico, ter uma figura inconformada com o status quo e com disposição suficiente para fazer barulho acerca disto. O seu recente SOS Saúde era um tapa na cara do sistema de saúde americano que foi desmantelado e hoje deixa milhões de americanos sem opção de tratamento das suas enfermidades. Porém o lado "mal" de Michael Moore é que seus filmes não são nenhum um pouco isentos ou imparciais. Ele tem uma teoria e vai fazer o teatro e a edição que for necessário para comprovar sua tese. E isso é cansativo de ver. 

Este novo filme sobre o sistema capitalista é grande metralhadora principalmente sobre a política financeira americana e sobre a força que Wall Street exerce neste sentido. Nitidamente um filme inspirado pela crise que assolou o mundo em 2008, mas que como em outros filmes do Michael Moore peca pelo excesso de umbiguismo.

Ficha Técnica:
Título Original: Capitalism: A Love Story
Título no Brasil: Capitalismo: Uma História de Amor
Direção: Michael Moore
Roteiro: Michael Moore
Gênero: Documentário
Origem: EUA
Duração: 127min

Elenco:
Thora Birch ... Herself
William Black ... Himself
Jimmy Carter ... Himself (archive footage)
Elijah Cummings ... Himself (as Congressman Elijah Cummings)
Baron Hill ... Himself
Marcy Kaptur ... Herself

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Shutter Island (Ilha do Medo)

Quando um filme chega cheio de predicados, dá até um frio na barriga. Vem aquele pensamento pessimista e do contra na cabeça. E se o filme for uma bomba?

O filme tem um poderoso trio no elenco: Leonardo DiCaprio, Mark Ruffalo e Ben Kigsley. O livro que originou o filme foi escrito por Dennis Lehane (de Sobre Meninos e Lobos e Medo da Verdade). E para completar é dirigido pelo Scorsese. Tá, tudo bem que eu não acho ele tão bom diretor quanto dizem por aí, mas não dá pra negar que ele tem algumas obras-primas na sua filmografia.

A história não deixa dúvidas de que algo de estranho acontece na Ilha. O filme desembarca, ou melhor, inicia quando Teddy Daniels (DiCaprio) chega na ilha-presídio para investigar um desaparecimento. E a música já o tom do que aguardaremos durante as próximas horas de projeção: muita tensão.

Gostei bastante do resultado final. É bem dirigido, bem montado, bem escrito, com boas atuações e principalmente o final é ótimo. Dá um alívio constatar que todos os predicados não foram em vão.



Ficha Técnica:
Título Original: Shutter Island
Título no Brasil: A Ilha do Medo
Direção: Martin Scorsese
Roteiro: Laeta Kalogridis
Gênero: Suspense, crime
Origem: EUA
Duração: 138min

Elenco:
Leonardo DiCaprio ... Teddy Daniels
Mark Ruffalo ... Chuck Aule
Ben Kingsley ... Dr. Cawley
Max von Sydow ... Dr. Naehring
Michelle Williams ... Dolores Chanal
Emily Mortimer ... Rachel 1
Patricia Clarkson ... Rachel 2

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Herbert de Perto

Os Paralamas estão em atividade há quase 30 anos e criaram uma dezenas de sucessos que é familiar a virtualmente todos os brasileiros. Nesta década a banda foi marcada por uma tragédia, intensamente coberta pela mídia, que deixou o seu cantor e líder paraplégico.

Esta cinebiografia conta a história de Herbert Vianna e, por tabela, a dos Paralamas. Desde a infância nômade de Herbert, da Paraíba ao Rio de Janeiro, passando por Brasília e até o fatídico acidente com o ultraleve que vitimou a esposa Lucy e o deixou paraplégico.

A edição do filme é muito, mas muito boa. As músicas, os momentos marcantes, os clips toscos da década de 80. Está tudo ali. E há ainda um lado muito bacana que é ver o Herbert de hoje analisando e até sacaneando o Herbert garoto, que ainda usava óculos. Filmaço!




Ficha Técnica:
Título Original: Herbert de Perto
Direção: Roberto Berliner e Pedro Bronz
Gênero: Documentário
Origem: Brasil
Duração: 94min


Elenco:
 João Barone ... Himself
 Lúcia Willadino Braga ... Herself
 Katia Bronstein ... Herself
 Jorge Davidson ... Himself
 José Fortes ... Himself
 Simon Fuller ... Himself
 Charly García ... Himself
 Gilberto Gil ... Himself
 Eduardo Lyra ... Himself
 Paulo Niemeyer ... Himself
 Fito Páez ... Himself
 Bi Ribeiro ... Himself
 Nando Ribeiro ... Himself
 Pedro Ribeiro ... Himself
 Maurício Valladares ... Himself
 Herbert Vianna ... Himself
 Hermano Vianna ... Himself
 Lucy Needham Vianna ... Herself