quarta-feira, 27 de julho de 2011

You Don't Know Jack

Durante meus anos no colégio, lembro de algumas vezes haver lido ou visto no noticiário matérias sobre Jack Kevorkian, o Dr. Morte como foi apelidado pela imprensa norte-americana. Jack era um patologista que defendia abertamente o suicídio assistido em casos de doenças terminais e/ou potencialmente desabilitadoras. Era um prato cheio pra mídia fazer oba-oba em cima de uma questão muito séria, a eutanásia.

A questão me lembrou bastante um filmaço chamado Mar Adentro, com o Javier Bardem, cujo protagonista o tetraplégico Ramon Sampedro também luta pelo direito de morrer. Em You Don´t Know Jack a polêmica continua lá: o ser humano pode ou não ter o direito de tirar sua própria vida? Dr Kevorkian levanta alguns pontos bem relevantes na sua cruzada pelo direito individual. Não deixe se levar pelo sensacionalismo, Kevorkian advogava pelo suicídio assistido apenas de pacientes sem chance de recuperação e descartou vários possíveis pacientes/suicídios assistidos por não julgar que o indivíduo estivesse num ponto sem volta.
Al Pacino, pra variar, dá um show na encarnação do taciturno Dr Kevorkian e o filme é bem dirigido pelo competente Barry Levinson (Rain Man, Mera Coincidência). Só achei que o roteiro abre pouco espaço para a discussão com a platéia acerca do tema da eutanásia, por ficar mais focado em contar a vida do Dr Kevorkian - o que não é ruim, mas apenas uma escolha. Quando termina o filme, não fica muito claro as argumentações da defesa contra este tipo de suicídio, exceto o medo do desconhecido e do medo de meter o dedo nessa ferida que é debater um assunto delicado como este, porque ainda que a gente não seja a favor da morte de ninguém, não vejo como ser contra o direito de um indivíduo tocar sua vida da maneira que quiser, incluindo aí o direito de não levar adiante a própria vida, mas enfim é um tema polêmico e ainda vão ser necessários muito Jacks Kevorkian para avançar este tipo de debate.

Ficha Técnica:
Título Original: You Don't Know Jack
Título no Brasil: ???
Direção: Barry Levinson
Roteiro: Adam Mazer
Gênero: Drama
Origem: EUA
Duração: 134min


Elenco:
Al Pacino ... Jack Kevorkian
Brenda Vaccaro ... Margo Janus
John Goodman ... Neal Nicol
Deirdre O'Connell ... Linda
Todd Susman ... Stan Levy
Adam Lubarsky ... Brian Russell

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Lock, Stock and Two Smoking Barrels (Jogos, Trapaças e Dois Canos Fumegantes)

Em um passado que está ficando cada vez mais longe, lembro de comprar um exemplar de revista SET que falava sobre o lançamento de Jogos, Trapaças...aqui no Brasil. Isso foi em 98 ou 99, por aí. Guy Richtie, o diretor era um ilustre desconhecido, mas isso estava para mudar justamente por este filme que o jogou no mapa. Na sequência ele dirigia Sherlock Holmes, Snatch - Porcos e Diamantes e casaria (e divorciaria) a Madonna, não necessariamente nesta ordem.

Já devo ter visto Jogos, Trapaças... pelo menos umas cinco vezes. Acho divertidíssimo a trama cheia de vigaristas querendo dar trambique para cima de outros vigaristas. Tem umas cenas ótimas e os diálogos bem afiados. Tudo que se espera de um bom enredo de trapaceiros. Mas confesso vendo desta última vez, senti que o filme deu uma leve envelhecida. Talvez pela familiaridade com a história, achei um pouco esquemático demais. Embora seja legal perceber que não há fio solto, todos os personagens - e são vários -, vem e voltam e tem alguma relação com que vem a seguir. Ainda vou ver e rever  mais algumas vezes. Pra quem não viu ainda, corra.

Ficha Técnica:
Título Original: Lock, Stock and Two Smoking Barrels
Título no Brasil: Jogos, Trapaças e Dois Canos Fumegantes
Direção: Guy Ritchie
Roteiro: Guy Ritchie
Gênero: ação, crime
Origem: UK
Duração: 107min


Elenco:
Jason Flemyng ... Tom
Dexter Fletcher ... Soap
Nick Moran ... Eddy
Jason Statham ... Bacon
Steven Mackintosh ... Winston
Nicholas Rowe ... J
Nick Marcq ... Charles
Charles Forbes ... Willie (as Charlie Forbes)
Vinnie Jones ... Big Chris

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Paul

Sabe quando um bom argumento acaba não rendendo um bom filme? Pois é este o caso de Paul. O filme parte até de uma premissa interessante: um alien super gente boa que fala com gírias, acaba ficando amigo de dois nerds ingleses que estavam visitando pontos alien-turísticos (a Area 51 e afins) nos EUA a bordo de um motorhome. Porém poucas piadas valem a pena. E por mais simpático e carismático que seja Paul, nosso ET protagonista, é difícil segurar o filme só com ele.

Fiquei curioso pois o diretor é o mesmo do Superbad, que achei bem divertido, e tem um elenco simpático com Seth Rogen na voz de Paul e os ingleses Simon Pegg e Nick Frost, que fizeram o ótimo Shaun of the Dead. Alias a dupla foi quem escreveu o história, que infelizmente acaba sendo bem mediana. 

Ficha Técnica:
Título Original: Paul
Título no Brasil: ???
Direção: Greg Mottola
Roteiro: Simon Pegg, Nick Frost
Gênero: Comedia
Origem: EUA/UK
Duração: 109min


Elenco:
Simon Pegg ... Graeme Willy
Nick Frost ... Clive Gollings
Jeremy Owen ... Sword Vendor
Jeffrey Tambor ... Adam Shadowchild
David House ... Security Guard
Jennifer Granger ... Adam Shadowchild Fan
Nelson Ascencio ... Jorge
Bobby Lee ... Valet

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Paris (Paris)

Costumo defender a idéia de que um bom diretor já é meio caminho andado para um bom filme. Quando revi Albergue Espanhol recentemente, fiquei me perguntando quem era este Cedric Klapish, o diretor do filme? O único outro filme que havia visto dele era a Bonecas Russas, a continuação do Albergue... mas isto foi mais pela vontade de acompanhar a história daquele grupo do que por qualquer outro motivo. Porém revendo Albergue notei que ali o trabalho da direção foi realmente muito bom e guardei este nome.

Pois bem, me deparei outro dia com Paris já meio começado no Telecine, mas não quis assistir. Não desta forma. Queria ver direito. Desde o início. Este finde finalmente matei a curiosidade. Mais uma vez Klapish escala seu ator (e quase alter-ego) Romain Duris para o papel, não de protagonista, mas de fio-condutor da história que despretensiosamente foca na vida de pessoas que poderiam muito bem ser conhecidas suas. Duris interpreta Pierre um dançarino que sofre de um problema cardíaco e passa os dias na janela olhando os transeuntes na rua e nos prédios vizinhos imaginando como são suas vidas enquanto aguarda o telefonema que o convocará para uma cirurgia de transplante de coração. Sua irmã (Juliette Binoche) que é assistente social passa então a dedicar boa parte de seu tempo cuidando de seu irmão e dos filhos, enquanto que paralelamente vai conhecendo melhor o feirante que trabalha perto da residencia de Pierre.

A história, que tem uma linda Paris como pano de fundo, vai se desenlaçando e apresentando novos personagens sem nunca se decidir por nenhum deles e nem mesmo julgá-los. Morte, doenças graves, a (re)descoberta do amor, ciúme, luto, saudade são algumas das situações enfrentadas pelos personagens e que ao mesmo tempo são tão próximas de nós mesmos que é difícil não se identificar com algumas das passagens do filme. Além disso a trilha sonora que embala o longa é ótima (pretendo em breve dela no meu mp3player) e a direção não falha. Fiquei ainda mais curioso para ver os outros filmes do Klapish.



Ficha Técnica:
Título Original: Paris
Título no Brasil: Paris
Direção: Cedric Klapisch
Roteiro: Cedric Klapisch
Gênero: Drama
Origem: França
Duração: 130min


Elenco:
Juliette Binoche ... Élise
Romain Duris ... Pierre
Fabrice Luchini ... Roland Verneuil
Albert Dupontel ... Jean
Mélanie Laurent ... Laetitia
François Cluzet ... Philippe Verneuil
Karin Viard ... La boulangère
Gilles Lellouche ... Franky

Akmareul boatda (I Saw the Devil)

Pouco tempo atrás vi um filme coreano que achei interessante chamado "O Hospedeiro" e comecei a ficar um pouco mais atento aos filmes que vem de lá - aliás, corrigindo o que escrevi lá em O Hospedeiro, eu já havia visto dois bons filmes coreanos (Oldboy e Lady Vingança), só nâo tinha feito o link entre os longas e seu país de origem. 

I Saw the Devil conta com o mesmo ator que interpreta Oldboy, porém desta vez ele é o vilão do filme. Um serial killer bem inescrupuloso que se satisfaz a cada morte. Para seu azar, uma de suas recentes vítimas é a mulher de um agente da inteligência da polícia que resolve caçar o serial killer. Contudo, seu objetivo não é prender nem matá-lo. Ele quer que o bandido sofra. E muito! O filme passa então a ser uma caçada cruel por parte do policial que nunca se satisfaz com os castigos aplicados ao assassino de sua esposa.

O legal deste cinema coreano é que ele abusa daquela linguagem estética bem publicitária, com cores bem vivas, edição ágil e tecnicamente perfeito e ao mesmo tempo há uma pegada tarantinesca no que diz respeito a violência. Espirra muito sangue com closes bem explícitos. Chega a ser divertido de tão caricato. Embora o suspense se mantenha, principalmente pois não se sabe qual é o próximo nível daquilo. Recomendo para quem gostou de Oldboy e Kill Bill.

Ficha Técnica:
Título Original: Akmareul boatda (I Saw The Devil)
Título no Brasil: ???
Direção: Kim Jee-Won
Roteiro: Park Hoon-Jung
Gênero: Thriller, Terror, drama
Origem: Coreia do Sul
Duração: 140min


Elenco:

Byung-hun Lee ... Kim Soo-hyeon
Min-sik Choi ... Kyung-chul
Gook-hwan Jeon ... Squad Chief Jang
Ho-jin Jeon ... Section Chief Oh